Contracepção é Responsabilidade da Mulher?
Você já parou pra pensar sobre os impactos físicos e sociais da contracepção sobre as mulheres? Após ler uma mulher falando que para não engravidar “é só não transar”, fica claro que ainda carregamos um fardo bem pesado.
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Muitas mulheres usam ou já usaram pílula anticoncepcional (AC), algumas iniciaram bem jovens, com 12, 14 anos, para “regular o ciclo menstrual” ou diminuir as cólicas. Não é nenhuma surpresa, afinal, a pílula foi introduzida no Brasil em 1962 com a promessa de “melhor qualidade de vida para a mulher moderna”.
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Para muitas de nós, nascidas a partir da década de 80, a pílula entrou na nossa vida junto com a chegada da menstruação. Eu iniciei o uso aos 17 anos. Depois de 10, descobri que muito das minhas dores e inchaços constantes nas pernas eram decorrentes do AC e fui orientada a suspender o uso. Minha vida mudou completamente. As dores sumiram e pude me reconectar com meu corpo, meu ciclo, mas essa é minha história.
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As tecnologias de contracepção e reprodução estão cada vez mais modernas, e nossos corpos e fisiologia cada vez mais medicalizados (qualquer semelhança com a medicalização do parto não é coincidência). Claro que não defendo o fim dessas tecnologias, mas me pergunto se temos tido informações para tomarmos nossas decisões, ou se apenas seguimos indicação médica sem questionar.
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Além da promessa de “qualidade de vida” (como se menstruar e viver nosso ciclo de forma natural fosse absurdo), nos venderam a ideia da “liberdade sexual”.
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Pergunto: Quando uma mulher engravida, as pessoas entendem que métodos falham? Quem leva a culpa? De quem é a responsabilidade por evitar uma gravidez?
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Não sei vocês, mas eu já passei por situações em que o cara tentava me convencer a não usar preservativo. E se eu tivesse cedido e engravidado, quem teria arcado com as consequências?
