Desmedicalização

Pedindo licença às amigas obstetras e lembrando que obstetrizes e enfermeiras obstetras também estão inseridas neste cenário da consulta ginecológica, essa reflexão me veio após uma rica discussão na faculdade.

A enfermagem baseada na desmedicalização pode contribuir para a consolidação de um modelo humanizado no atendimento à mulher. O processo de transformar o “controlar” em “cuidar” é árduo e sofre muita resistência, mesmo com as evidências científicas respaldando as inúmeras falhas do modelo biomédico tecnocrático vigente.

Chega a ser démodé o conjunto de práticas medicalizadas, o uso indiscriminado da tecnologia e a manipulação excessiva e invasiva do corpo da mulher em uma consulta ginecológica.

Assim, hierarquiza-se o profissional da assistência e afasta a mulher de suas verdadeiras demandas. A discussão de sua sexualidade, medos, dúvidas ou vergonhas. A consulta é direcionada às queixas patológicas ou sinais e sintomas.

Na humanização do atendimento, o profissional coloca a mulher na posição de agente ativo, considerando todos os aspectos de sua vida, constrói vínculos e compartilha decisões.

Uma prática com princípios não invasivos que visam empoderamento, respeito, autonomia e independência. Algumas estratégias, como eliminar a mesa para a entrevista, estimular o autoexame das mamas e a utilização de um um espelho durante o exame permitindo que a mulher se observe internamente e se reconheça também pode ser muito rico.

Para mim, essa experiência foi transformadora em uma consulta ginecológica.

“O Importante é a mulher reconhecer que o caminho em direção a uma vida mais saudável e a real consciência de sua existência no mundo ocorre quando se conhece o próprio corpo”.

Seguimos sempre juntas por mais acolhimento e respeito a nossos corpos mulherada 💪🏽❤🙌🏽✨