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Parto pelo convênio

É comum que mulheres que desejam parir nos procurem frustradas com o/a obstetra e com o convênio de saúde.

Elas relatam que quando expressam o desejo pelo parto normal, o profissional tende a adiar a conversa, que a taxa de cesárea de quase todos os obstetras do plano é de 80-90%, que eles não gostam de trabalhar com Doulas, que dizem que a episiotomia é algo que talvez seja necessária, mesmo sendo uma intervenção proscrita.

Elas não entendem porque o hospital do convênio é bem equipado, mas a maioria dos profissionais não está acostumado a acompanhar partos naturais e sempre transfere a mulher para o centro cirúrgico.

A LISTA DE FRUSTRAÇÕES É ENORME 😔

Nós entendemos os medos que acompanham os obstetras. Eles já viram muita coisa “dar ruim” nos plantões, e a maioria teve uma formação intervencionista. Deve ser difícil se desconstruir diariamente, estudar, se atualizar, seguir as evidências científicas e acreditar na capacidade da mulher de parir seu bebê.

A assistência humanizada deveria ser um direito de toda gestante, mas ela exige demais do profissional: tempo, disponibilidade, muito estudo e atualização, paciência e sabedoria para não intervir sem necessidade, doação.

Nosso apelo é pela transparência. Seja claro com as gestantes, fale sobre seus limites.

Mulheres, sentimos muito se esse é o cenário do seu pré-natal, mas esse profissional não vai “bancar o rolê” de te assistir no parto natural que você deseja.

Estamos caminhando a passos de formiguinha para que a assistência obstétrica no Brasil se atualize e se modifique. Enquanto isso, pesquisem outras possibilidades.

Lembrem-se sempre do SUS, ele é universal, para todos e, na assistência obstétrica humanizada, tende a estar mais preparado para lhe assistir.